CAIXA DO MÊS | SETEMBRO 2023
Lukács: uma introdução
Terceira obra da coleção Pontos de Partida, Lukács: uma introdução é apresentado aqui por José Paulo Netto, conhecido intelectual marxista brasileiro e coordenador da Biblioteca Lukács, coleção que conta com dez obras do filósofo e destaca-se por oferecer o essencial do pensamento lukacsiano em traduções diretas do alemão.
O leitor terá em mãos um convite e um caminho para desvendar a extensa e complexa obra de György Lukács (1885-1971), autor que produziu ao longo de seis décadas um trabalho intelectual rigoroso e em diversos aspectos bastante polêmico. Para Zé Paulo, a obra lukacsiana continua a se mostrar uma esfinge para o leitor comum: “Entretanto, aqui não se repete o dilema grego: ‘Decifra-me ou devoro-te’; o desafio proposto pela obra lukacsiana é diverso – resume-se num ‘Decifra-me e compreenderás melhor o teu mundo’, provoca Zé Paulo.
A obra de Lukács é marcada por sua diversidade e riqueza. Inúmeros assuntos foram tratados pelo filósofo ao longo de sua vida: as indagações que fazem parte da perplexidade humana, seu cruzamento com a história, a cultura e as artes, a estrutura da vida cotidiana, a transição socialista e a filosofia clássica. Lukács: uma introdução é uma preciosa bússola para nortear o leitor iniciante em sua caminhada pelos escritos desse magistral pensador.
“Esta será uma das teses mais repetidas por Lukács nos seus anos derradeiros: os clássicos – Marx, Engels e Lênin – são necessários, mas insuficientes. A compreensão do mundo da segunda metade do século XX exige novas investigações, pesquisas sobre os fenômenos inéditos colocados pelo desenvolvimento contemporâneo do capitalismo e pelas experiências diferenciadas da transição socialista. Em face deste mundo, já não basta invocar as lições dos clássicos: é preciso avançar com análises particulares, estudos concretos. Essa preocupação de Lukács com a precariedade dos esquemas marxistas de explicação da realidade atual expressa-se com força em sua observação segundo a qual torna-se imprescindível escrever um novo O capital, para dar conta dos processos e fatos novos ocorrentes no capitalismo tardio. Reiteradas vezes ele se referiu a esse necessário e possível desenvolvimento do legado dos clássicos como o ‘renascimento do marxismo’”.
José Paulo Netto
José Paulo Netto é professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (vinculado à Escola de Serviço Social) e um conhecido intelectual marxista brasileiro. Doutor em serviço social, Netto se destaca como autor de obras que também apresentam, de forma didática e sem reducionismos, o pensamento marxista. Pela Boitempo publicou Karl Marx: uma biografia (2020) e Da Erótica: muito além do obsceno, de Bocage (Seleção, organização e apresentação de José Paulo Netto, 2022). É também coordenador da coleção Biblioteca Lukács.
Na TV Boitempo, José Paulo Netto defende a importância de se debruçar sobre a obra do filósofo marxista húngaro György Lukács hoje.
Autores: Vários
Apresentação: Artur Renzo
Margem Esquerda #41 | Política, pão e terra: a questão agrária no século XXI
Além de Lukács: uma introdução, a caixa de setembro do Armas da crítica traz também o 41º número da revista da Boitempo
Nancy Fraser é a entrevistada da nova edição da revista semestral da Boitempo. A filósofa estadunidense conversou com Bruna Della Torre e Nathalie Bressiani sobre as articulações entre marxismo, feminismo, ecologia e antirracismo, desde seus anos de formação até a atualidade política. O dossiê de capa da edição faz um panorama rico e multifacetado da questão agrária hoje, discutindo os atuais conflitos no campo, a economia política do agronegócio, alternativas de agroecologia, ecologia política marxista, soberania e insegurança alimentar.
Em um artigo de fôlego, Maria Lygia Quartim de Moraes e Marta Nehring recuperam a combatividade e o compromisso político de Pagu, autora homenageada da Flip de 2023. José Paulo Netto dedica um longo ensaio à grandeza e os limites de História e consciência de classe, obra de György Lukács que completa cem anos. Dois depoimentos potentes versam sobre o passado e o presente do golpe de 1973, no Chile, que completa cinquenta anos.
O ensaio visual que atravessa as páginas deste número é assinado por Gabriela Fero, com comentário de Alysson Leandro Mascaro. Entre outros destaques da revista, Jean Tible presta sua homenagem ao dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa.
SUMÁRIO DA EDIÇÃO
Apresentação, por Artur Renzo
ENTREVISTA
Nancy Fraser, por Nathalie Bressiani e Bruna Della Torre
DOSSIÊ: Questão agrária, economia política do agronegócio, conflitos no campo, agroecologia, ecologia política marxista e fome, soberania e insegurança alimentar
Coord. Luiz Felipe Osório e Fabiano Escher
O curto verão dos Fiagros? Os fundos de investimentos do agronegócio e a hipoteca do futuro
Cássio Boechat
Questão agrária, lutas por terra e a CPI do MST
Leonilde Servolo de Medeiros
Marxismos, ecologia política e a questão ambiental contemporânea
Flávia Braga Vieira e María Julia Giménez
A agroecologia nas lutas sociais: expressão de um conflito intermetabólico
Jorge O. Romano e Paulo F. Petersen
As galinhas sob a guardas das raposas: a captura corporativa da governança agroalimentar global
Igor Palma Barbosa e Thiago Lima
ARTIGOS
Pagu, militante do ideal
Maria Lygia Quartim de Moraes e Marta Nehring
História e consciência de classe: grandeza e limites
José Paulo Netto
Crise do dólar e fragmentação monetária global
Maurilio Botelho
O futuro da inflação
Ernst Lohoff
Neoliberalismo e democracia
Avelãs Nunes
ESPECIAL: Chile 1973
Imperialismo e fascismo em acusação
João Quartim de Moraes
50 anos do golpe que derrubou Salvador Allende: um depoimento
Beluce Bellucci e Carlos Vainer
HOMENAGENS
Zé Celso, ou, a beleza da vida coletiva
Jean Tible
RESENHAS
Walter Benjamin à l’esprit
Gabriel Figueredo
NOTAS DE LEITURA
As origens da sociologia do trabalho, de Ricardo Festi
João Pedro Peleja
Brasil sob Escombros: desafios do governo Lula para reconstruir o país, de Juliana Paula Magalhães e Luiz Felipe Osório (orgs.)
João Felipe Ferraz
O Brasil desenvolvimentista e a trajetória de Rômulo Almeida: projeto, interpretação e utopia, de Alexandre de Freitas Barbosa
Fernando Garcia
IMAGENS
Gabriela Fero
Comentário de Alysson Mascaro
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